MEDIDAS PALIATIVAS X CUIDADOS PALIATIVOS
27 de março de 2019
Mediadas Paliativas, uma abordagem psicológica
No texto O Mal-estar na Civilização (1930), Sigmund Freud - neurologista, criador da psicanálise - traz a tese de que há um mal-estar inerente à constituição da cultura que seria resultado do antagonismo entre as exigências da pulsão e as restrições que a civilização impõe à sua satisfação. Nesse conflito entre o prazer (Dionísio) e a razão (Apolo) se encontra o homem marcado pela insatisfação e pela infelicidade em uma busca infindável e infantil da felicidade perdida e jamais reencontrada.
Ainda segundo o autor, procuramos medidas paliativas para nos aliviar desses sofrimentos e decepções da vida, e entre esses paliativos existem basicamente dois tipos: satisfações substitutivas que diminuem o “sofrer” e substâncias tóxicas que nos tornam insensíveis a ele. Essa busca se embasa no fato de o “sonho” do homem ser a conquista da felicidade que pode ser alcançada pela busca de sensações de prazer ou pela diminuição do sofrimento. Nesse processo nasce os fenômenos psiquiátricos e psicológicos: angústia, fobias, obsessões, depressão, esquizofrenia, farmacodependências, personalidades, delírios, inteligência, afetos, humor... e, inegavelmente, o vício à substâncias psicotrópicas.