02 de maio de 2019
A saúde do idoso está estritamente relacionada com a sua funcionalidade global, definida como a capacidade de gerir a própria vida ou cuidar de si mesmo, retomando conceito de saúde como o mais completo bem-estar biopsicossocial-cultural-espiritual, e não simplesmente a ausência de doenças. Essa capacidade de “funcionar sozinho” é avaliada por meio da analisa das atividades de vida diaria (AVDs), que são tarefas do cotidiano realizadas pelo paciente capazes de avaliar o grau de autonomia e independência do indivíduo. A autonomia é a capacidade individual de decisão e comando sobre as suas ações, estabelecendo e seguindo as próprias regras. Significa capacidade para decidir e depende diretamente da cognição e do humor. A independência refere-se à capacidade de realizar algo com os próprios meios. Significa execução e depende diretamente de mobilidade e comunicação. Portanto, a saúde do idoso é determinada pelo funcionamento harmonioso de quatro domínios funcionais: cognição, humor, mobilidade e comunicação. A perda dessas funções resulta nas grandes síndromes geriátricas, elencadas pelos 7’’Is” da Geriatria.
Em recente estudo realizado na UFPR (Universidade Federal do Paraná) e, publicado pela Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, conclui-se que a piora da função cognitiva esteve associada ao maior comprometimento da funcionalidade, equilíbrio e aumento do risco de quedas nos idosos com demência em comparação aos idosos com comprometimento cognitivo leve. Em suma, esses dados sugerem a necessidade de maior atenção, em especial ao tipo de orientação dada a cada um dos grupos, considerando a funcionalidade, equilíbrio e prevenção de quedas. A inclusão de atividade física na rotina diária, adaptação do ambiente e, indispensavelmente, treinamento cognitivo, visto que, a cognição está atrelada à mobilidade. Assim, visando a uma maior autonomia e melhor qualidade de vida, cabe à família e/ou cuidador atentar-se ao lado psicológico do paciente.